Berçário do Hospital Veterinário da Cidade da Criança acolhe animais órfãos

12/12/2021

O trabalho da equipe do hospital veterinário do zoológico da Cidade da Criança engloba mais do que o tratamento dos animais mantidos na área de visitação aberta ao público. O setor restrito aos colaboradores acolhe animais que necessitam de maior atenção do corpo técnico e tratadores, em especial os filhotes órfãos mantidos no berçário.

 

O caso mais recente é de um filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) encaminhado ao hospital veterinário da Cidade da Criança pela Polícia Ambiental, após o óbito da mãe, vítima de um atropelamento. A veterinária Erica Pellosi explica que a fêmea de tamanduá carrega o único filhote no dorso e o amamenta até que ele comece a se alimentar sozinho.

 

“Na ausência da mãe, o filhote é alimentado a cada duas horas com um sucedâneo desenvolvido especialmente para a espécie. Ele é mantido aquecido com uma coberta e oferecemos um ursinho de pelúcia, já que o animal tem o hábito de ficar agarrado à mãe. É necessário estímulo para fazer xixi, e efetuar a limpeza do cordão umbilical que ainda é presente”, conta a veterinária.

 

O hospital veterinário já recebeu dezenas de filhotes silvestres nesta estação, cada um exige uma demanda diferente de atenção e cuidado. Durante a primavera, época de reprodução de muitas espécies, o acolhimento de filhotes torna-se mais intenso no zoológico.

 

“Muitos dos animais que chegam são vitimas de tráfico, retirados do ninho para serem vendidos. Ou ainda, pessoas removem os animais de ninhos feitos em telhados residenciais. O atropelamento e as queimadas também são fatores que levam filhotes a ficarem órfãos, pela morte da mãe”, comenta a veterinária.

 

Este ano, também foram acolhidos filhotes das espécies: corujão orelhudo (Bubo virginiaus), periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri), rolinha (Columbina sp.), gamba-da-orelha-branca (Didelphis albiventris), corn snake (Pantherophis guttatus), gavião-carijó (Rupornis magnirostris), jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria), tucano toco (Ramphastos toco) e cachorro-do-mato (Cerdocyon thous).

 

“Os animais ficam no berçário do hospital veterinário para que possamos manter uma observação constante. Quando estiverem com a idade adequada serão transferidos para a área de visitação. E aqueles que possuírem condições de reintrodução à natureza serão soltos em áreas adequadas”, conclui Érica.

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