Vegetação em recintos do zoológico da Cidade da Criança contribui para qualidade de vida dos animais
11/02/2021
Grama alta, galhos no chão, esconderijos, entre outras características do espaço que os animais vivem no zoológico, promovidas pela equipe do hospital veterinário visando o bem-estar dos animais, muitas vezes são incompreendidas ou apontadas pelo público como algo negativo.
A Cidade da Criança recebe constantemente indagações de visitantes relacionadas ao local que os animais são mantidos, em especial a respeito da ambientação, ou seja, a aparência do recinto.
“A ambientação de recintos consiste na transformação do espaço para uma determinada espécie a fim de trazer bem-estar positivo aos animais, geralmente tentando reproduzir condições ambientais semelhantes àquelas encontrada na natureza”, explica a bióloga Isabela Alves de Lima Sakita.
Os recintos podem receber ambientações naturais, como grama (rasteira ou alta), arbustos e árvores. Ou intervenções montadas pela equipe, por exemplo: poleiros, tocas, piscinas, casinhas e rampas de acesso.
“Em todos os recintos é possível encontrar algum tipo de ambientação, a grama alta traz conforto térmico para algumas espécies, e também serve como área de fuga contra barulhos, além de dar a oportunidade para o animal fugir se sentir incomodado com os olhares de visitantes e funcionários”, explica a bióloga.
Os bichos, assim como as pessoas, também necessitam de ‘um tempo de refúgio’. Por isso, a ambientação de recintos é tão importante para o bem-estar dos moradores do zoológico. “Imagina você ficar exposto 24h ao olhar de outras pessoas, os animais precisam ter a escolha de quando querem “aparecer” ou não”.
Exemplos não faltam de como a ambientação promove maior bem-estar aos animais. Gordinho, um cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) do zoológico, passou a explorar muito mais o recinto a partir do momento que a grama foi deixada alta. “Outro exemplo é o Zazu, nosso tucano-toco (Ramphastos toco), que possui dificuldade em voar e precisa de uma ambientação com muitos poleiros para poder se deslocar melhor”, conta a bióloga.
Toda ambientação, seja natural ou montada, é avaliada de acordo com o habitat natural da espécie, e leva em consideração necessidades especificas dos indivíduos, como dificuldade de locomoção, idade, comportamento naturais como escalar, ciscar, banhar-se, entre outros.